CONFERÊNCIA

Desde 2010, a conferência Em nome das artes ou em nome dos públicos? procurou divulgar e questionar conceitos relacionados com a receção, a apresentação e a mediação das artes, assinalando a maturidade e emancipação dos serviços educativos portugueses. Dando especial destaque à formação e à nobilitação dos profissionais desta área e contribuindo para a criação de uma comunidade internacional de mediadores culturais, no final destes quatro anos teremos acolhido dezenas de oradores de renome internacional, recebido mais de 1500 participantes presenciais e colaborado com dezenas de instituições nacionais e internacionais tendo em vista a coprodução deste encontro e a sua emissão pela internet para outras cidades portuguesas mas também para o Brasil e para Espanha.

Nunca foi pretensão destes encontros a afirmação de um único caminho. Sempre nos interessou as múltiplas possibilidades e as inúmeras facetas que a mediação das artes e a mediação cultural trazem. Lutámos contra a ingenuidade das práticas, contra o termo “monitor”, contra o isolamento de alguns profissionais e discutimos os paradoxos e as polémicas geradas pela escassa reflexão em torno dos públicos da cultura, da receção das artes, do papel dos museus e instituições culturais na era contemporânea, do lugar (e importância) dos artistas e dos mediadores.

Procurámos fazê-lo sob a forma de interrogação e propondo diferentes modelos de encontro. Realizámos debates, workshopsspeed-meetings, mesas redondas, sorteios, palestras, call for actions, antevisões e videoconferências. Por agora sentimos que o modelo da conferência internacional anual já não é urgente e que o trabalho iniciado nestes eventos encontrará novas formas de interagir com os seus públicos: em nome das artes e em nome dos públicos.

Certezas provisórias é o título da nossa quarta e última edição, realizada este ano no Porto em parceria com a Fundação de Serralves.
Num evento equilibrado entre encontros teóricos e ações práticas, lançamos o desafio de procurar certezas provisórias de acordo comum: a arte, os artistas, a multiplicidade dos fenómenos da receção, da perceção e da participação, a mutabilidade da praxis curatorial, a ética, a estética e o potencial (ainda por explorar) nos serviços educativos.


Lembrando as edições anteriores…

2010: Discursos, linguagens e dialetos, do mediador à mediação, em arte contemporânea
Que formas de relação com os públicos se configuram dentro dos museus e centros de arte? Públicos, artistas e mediadores reveem-se nessas estratégias de mediação? Que novas formas de mediação desejamos para os espaços que apresentam arte contemporânea no século XXI?

2011: Erro, ética e equipa
De que modo os museus e os centros culturais estão a lidar com as exigências e as necessidades dos seus públicos? A emancipação dos públicos é verdadeiramente promovida ou é sobre a falta dela que se constrói a mediação cultural na atualidade? É o mediador cultural um agente isento e transparente ou a sua presença condiciona a interpretação dos objetos? Para mote de discussão de cada dia elegemos os conceitos de equipa, ética e erro. Às equipas nos museus devemos o reconhecimento como a alma comunicante das instituições. À ética devemos a reflexão constante sobre as formas de captação e comunicação com os públicos. Ao erro devemos o privilégio da aprendizagem e do crescimento constantes.

2012: Pensando os conceitos de mediação, emancipação e participação dos públicos (parceria com Fundação Calouste Gulbenkian)
Um pouco por todo o mundo, na esfera da arte contemporânea e da museologia, a mediação cultural é discutida como uma proposta, crítica ou coadjuvante das práticas nos serviços educativos. No auge da discussão sobre o termo a utilizar para definir os profissionais que promovem a participação e a inclusão dos públicos nos museus e centros de arte, a mediação cultural faz-se anunciar como conceito autónomo e metodologia distinta…

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